sábado, 13 de junho de 2015

Escolhas Educativas - Parte 1

Atrever-me-ia a dizer que os pais de hoje, têm uma dificuldade acrescida. Encontram-se em plena viragem dos modelos educativos. O papel dos pais está em transformação, assim como os critérios para as suas escolhas pedagógicas. Já não é suficiente para a maioria das pessoas fazer de uma determinada forma, só porque os seus pais e avós assim o fizeram. Hoje, felizmente, queremos perceber o que é melhor, que consequências (positivas ou negativas) as nossas escolhas têm para o bem estar presente e futuro dos nossos filhos. Isso é bom. Mas implica toda uma reorganização! Essa é a parte difícil!

Antes de mais, é importante saber-se que não existe nada mais protector para a estrutura psíquica humana que a vivência de um profundo e equilibrado amor. Isto quer dizer, que a forma como a família vai viver os sentimentos que os ligam entre si (e em particular aos filhos), vai ser central no processo educativo. Para um desenvolvimento saudável, a criança deve sentir que os pais a amam incondicionalmente, aconteça o que acontecer. O que na realidade não é o mesmo que deixá-la fazer tudo o que quer. Antes pelo contrário, é precisamente por a amarem e se preocuparem com ela, que fazem questão de a orientar (e ensiná-la a viver) num mundo que ainda só está a começar a conhecer.

Isto leva-nos a um segundo aspecto fundamental na parentalidade. Os pais devem estar conscientes do seu papel e de que, invariavelmente são os lideres legítimos da estrutura familiar. São (e é importante que sejam) as figuras de autoridade, que vão acompanhar e orientar as crianças (filhos) no seu processo de crescimento e conquistas. Fazem-no até que estes tenham aprendido, e desenvolvido o suficiente, as competências que lhes permitem começar eles mesmos a assumir estas funções. É por essa razão que não deixamos um bebé mexer numa faca, mas pedimos a um filho mais crescido que nos ajude a cortar o pão. Este é um exemplo simples, mas é válido para tarefas muito mais complexas e centrais como aprender a cuidar de si mesmo.

Um terceiro aspecto a ter em consideração, é o de que estamos a falar de pessoas. E como não podia deixar de ser, cada uma traz para a “equação” o seu próprio valor(es). A criança nasce com um temperamento muito próprio e, é fundamental que os pais aprendam a conhecê-la e a perceber o que é que resulta melhor para ela no equilíbrio amor/limites. É desta forma que se vai definir o tipo de relação que é estabelecida. Por outro lado, temos uma mãe e um pai, que carregam eles mesmos (à par com a suas personalidades) uma história, uma aprendizagem e referências educativas muito próprias. Também aí, é necessário encontrar um equilíbrio pai/mãe (que têm muitas vezes posições contrárias) e adaptar-se às adversidades de um quotidiano desafiante, que deixa pouco espaço para parar, analisar e construir coisas novas com serenidade.

Considerando estes três aspectos, cada família irá depois fazer as sua escolhas e criar o seu próprio modelo, de forma a cultivar o amor, o crescimento de todos os elementos e desta forma também, desenvolver maiores níveis de bem estar e harmonia familiar.

Autora: Ana Guilhas
Texto originalmente publicado em As Viagens dos V's

1 comentário:

  1. Boa tarde,
    O meu filho tem 30 meses entrou este ano para a creche.
    Teve boa adaptação às rotinas, no entanto, e um menino passivo, quando os outros meninos lhe tiram os brinquedos ou das áreas onde ele se encontra ele não reage.
    Ele tem primos mais pequenos e penso que poderemos ter influenciado esse comportamento. O que estrategias devemos usar para mudar isso?

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